quinta-feira, 26 de abril de 2007

Estado de Paz - 28




Obrigado por seres quem és. Hoje falarei de políticos, de diplomas, de enganos, de desenganos, e da relação entre isto e de como és responsável por tudo isto, sem consciência de tal.
Muito se tem falado do curso e do diploma, ou origem do mesmo, do Primeiro-Ministro de Portugal. Não se critica facto de ser ou não o curso que torna uma pessoa mais ou menos capaz de governar, critica-se sim que alguém que se faz passar por quem não é, recorrendo a uma prova falsa não deve estar nessa posição.
Isto é muito interessante. Vejamos, quantos de nós nascemos habilitados para viver? Quantos de nós estamos habilitados para amar? Quantos de nós estamos habilitados para julgar a habilitação dos outros? Quantos de nós estamos habilitados para governarmos a nossa própria vida? Quantos de nós nos manifestamos como realmente somos? Quantos de nós fazemos o que realmente gostamos sem enganar ninguém nem sequer a nós próprios? Quantos de nós chegámos onde queríamos fazendo uso em todo o tempo da verdade? Quantos de nós vamos a uma consulta ao hospital e temos um tratamento diferente porque conhecemos alguém? Quantos de nós entramos num bar porque conhecemos o porteiro? Quantos de nós pagamos livremente os nossos impostos, sem tentativas de fugas ou vontade de fugir? Quantos de nós cumprimos os limites de velocidade? Quantos de nós fazemos uso de favores ou conhecimentos para apressar algo ou ocultar algo? Quantos de nós já pagámos (por fora) para obter favores ou para que alguém fechasse os olhos a algo? Quantos de nós já recebemos (em géneros ou favores) para fazer algo por alguém?
Independentemente das respostas serem afirmativas ou negativos, o que interessa é observar o simbolismo do que está acontecer, e se lhe damos importância é porque nos revemos na situação. O cerne da questão é: no meu dia-a-dia sou verdadeiro comigo mesmo e com os outros? Sou verdadeiro ou faço-me passar por outra pessoa, ou adapto-me, para conseguir melhores resultados profissionais, pessoais, familiares, sociais? O Primeiro-Ministro é apenas a parte visível e pública de mim mesmo que tento esconder. Ele simboliza um país que tem vivido de enganos, falsidades, e representa a projecção de todos nós colectivamente. Assim, em vez de criticarmos, devíamos agradecer. Devíamos estar gratos, não pelo facto em si (sobre quem tem ou não razão), mas pela oportunidade de pensar nisto, olharmos para nós próprios e nos reconciliarmos com quem somos. Para quê continuar a enganar os outros? Para quê continuar a enganar-me a mim próprio? Será que a verdade sobre quem sou e o que tenho feito poderá vir ao de cima também, um dia destes? Não se trata de nos portarmos bem e do castigo se não o fizermos. Trata-se de um espelho que foi disponibilizado e que devemos aproveitar para nos olharmos e ver melhor quem somos e consequentemente o que pensamos, dizemos e fazemos.
A Verdade transcende o conceito de tempo. Mas também o Perdão. Nunca é tarde para perdoar e nos perdoarmos termos vivido enganados e enganando tanto tempo. A Verdade transcende o conceito de prova. Nunca ninguém provará que algo é Verdade, apenas que se tem ou não razão. A Verdade é a manifestação do equilíbrio e a necessidade de provar algo só existe dentro do universo da dualidade. Não proves nada, sê tu próprio.
Paz é ser o exemplo sem necessidade de prová-lo.

A continuar…

M.A.S.

1 comentário:

Anónimo disse...

Obrigado ,pelo estado de paz 28.

Marco concordo em absoluto com a tua abordagem .
Foi a 1ª vez que visitei este site
e gostei imenso.
Parabens,para ti , para o Sérgio e para UCAMYT.
anabela