domingo, 2 de setembro de 2007

Estado de Paz - 35




Obrigado por seres quem és. Escrevo hoje este texto a pensar em ti. Que te sirva de inspiração e desperte ou aprofunde o amor em acção que és. Propus-me a sentir, entender e a partilhar por que existem crianças, qual a sua razão de existir para que assim possas entender a tua.
Em tempos idos do muito antigamente e por motivos vários houve um desvio na nossa relação/aceitação da origem divina. Houve uma diminuição ou afastamento do estado de consciência de grande parte dos seres da altura em relação a si próprios e nas suas relações com os outros. Perdeu-se o respeito pela liberdade do próximo para haver controlo e se destacarem um ou mais indivíduos como os guias dos demais com os direitos divinos reservados para si obrigando os outros aos seus deveres para com a divindade. A situação foi-se arrastando até ao quase completo esquecimento, pelo menos consciente, da igualdade entre indivíduos em relação à sua origem e à sua presença/existência amorosa. Este desvio teve efeitos colaterais ou subprodutos tais como o sofrimento, miséria, mágoa, ressentimentos, raiva etc. Interiorizada a culpa viraram-se, então, para o céu em busca das respostas, de redenção. Transformaram esta visão de si próprios novamente unificados em Fé, e o compasso de espera entre a situação actual e a futura em Esperança. Contudo, gerou-se um contra-senso. A Fé é a unificação, a convergência, a integração, a aceitação de si nos outros e vice-versa A Esperança é aceitar a distância, a dualidade, a existência de duas entidades diferentes: nós e o divino, um emissor e um receptor. Atento a tudo isto, o céu não deixou de dar a resposta adequada. A esperança é do domínio da probabilidade; esperar por; que eventualmente aconteça; pode acontecer ou não; uma expectativa de realização. Mas isto, embora previsto na matemática cósmica, é como somar zero mais zero. É uma adição possível, de dois números concretos, mas que resulta em coisa nenhuma. Por isso a esperança não é um estado de serviço. A Fé é a concretização da visão de si próprios, a realização harmoniosa desse estado de união, de fusão. Na matemática cósmica isso acontece através de uma transformação normalmente chamada de Criação. Criar algo. E foi essa mesma mensagem que foi enviada para a Terra. Não foi uma mensagem escrita. Nem uma declaração de intenção. Foi uma concretização, uma materialização. Em vez de esperares, cria. Não esperes que venha algo, alguém, fazer o trabalho por ti. Confia em ti e na tua perseverança, na tua visão de harmonia e vive feliz. A felicidade pode ser um “vírus” contagioso que se propaga de coração em coração. Desta forma transformou-se, embebido da paz cósmica, embrulhado em amor, o acto de esperar em acto de criar. Não esperes, cria. Respondeu-se à Esperança com a Cria(nça). Não é de estranhar que alguma literatura dita especializada, ou mesmo sagrada, não fale disto, usando antes a expressão Criação. Usam jogos de palavras, artifícios de tradução e linguísticos para desviarem a atenção do essencial. Mas cada um traduz a realidade à sua maneira e usa a sua liberdade para despertar estado de amor e estado de paz em quem o rodeia. Afinal, quantas vezes falou Cristo da criação? E quantas falou de crianças? A criança é um símbolo. É a tua versão pura, inocente, integra, unificada. Uma expressão de amor. Paz é este reencontro. Bem-vindo(a) a ti próprio(a).

A continuar…

M.A.S.

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