quinta-feira, 5 de julho de 2007

Estado de Paz - 32




Obrigado por seres quem és. Para além dos desgostos, das tristezas, das incertezas e de todos os problemas estás tu, fonte de todas as soluções. É um bónus a que tens direito sempre que tens um problema. É como no supermercado, “compre um detergente e leve bónus um esfregão”. Aqui será: “por cada embalagem de problemas leve bónus a solução”; só tens que a procurar dentro da embalagem.
Não pretendo vir aqui dar palpites sobre como resolver problemas concretos, apenas ajudar a encarar as situações por um prisma diferente; depois de aplicado o prisma cada um escolherá a cor (forma de ver) que mais lhe convier na altura.
Em química, uma solução é o resultado de uma mistura do solvente e do soluto, podendo ser sólidos, líquidos ou gases, de forma a obter um sistema homogéneo. Uma das características da solução é ser impossível separar o solvente do soluto por processos físicos. Mas o que tem a solução química a ver com a solução do meu problema? Tudo. É que só é possível ter uma solução quando há integração. Não é possível solucionar nada com exclusão, porque o “problema” faz parte integrante da solução, tal como na química com o solvente e o soluto. E, se no princípio ainda se distinguem (solvente e soluto), quando encontramos a solução passamos a ter apenas um estado harmonioso (homogéneo) entre o que lhe deu origem (“problema”) e o resultado (solução).
Encontrar soluções é um processo criativo, não há receitas específicas. Existem ferramentas, contextos, estados de consciência, que permitem chegar lá mais depressa ou mais devagar. Mas as soluções também não se medem em tempo, apenas em eficácia. Ou resolve ou não resolve, não há soluções mais ou menos. Ainda assim, e muitas vezes, se ouve falar em solução de compromisso. Mas quando elas surgem estamos perante um problema, ou um problema de compromisso? Se for um problema de compromisso a solução é de compromisso, se não nem sequer é solução ou nem sequer é problema. Estou apenas a brincar com as palavras para dar espaço ao imaginário de criar um visão diferente das coisas. As soluções de compromisso existem. Mas não existem. Se existissem, então é como declarar que nos comprometemos a não conseguir resolver um problema. Mas como nos vejo como criadores de soluções elas não podem existir. Isto na essência. Mas no espaço-tempo a que chamamos realidade, na dualidade, há um espaço que lhe fica reservado (à solução de compromisso). Esse espaço é o nosso estado de consciência. Tudo o influencia. Desde a genética à televisão. Se alguém nos convence de que algo não tem solução então não terá. Esse é o nosso compromisso com a solução. Ela fica latente, em potencial, em espera, em stand-by, mas activa. Quando sintonizarmos com ela (a solução) significa que demos um salto consciencial e, ao olharmos para o problema que lhe deu origem, nada veremos porque ele se encontra completamente dissolvido e integrado no todo, agora não como problema isolado mas como um sistema homogéneo, harmonioso. Um exemplo para ajudar a perceber: a luz, corrente eléctrica. Antes de haver electricidade nas casas era um problema (limitação) a iluminação, aquecimento, conservação de alimentos, etc. A partir do momento em que alguém descobriu como fazê-lo, agora é só chegar a casa e carregar no interruptor sem ter que pensar em mais nada. Este grande “problema” encontra-se completamente dissolvido e integrado na nossa realidade.
Paz é resolver integrando. Paz é resolver-se integrando-se.

A continuar…

M.A.S.