quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Estado de Paz - 41




Obrigado por seres quem és. Hoje vou falar sobre ti. Sobre aquilo em que acreditas. E também sobre aquilo em que não acreditas. Toda a vida, e quase toda a nossa existência enquanto seres divinos (esquecidos da sua origem) nos disseram em que acreditar e nos moldaram as nossas crenças com distracções. As distracções, sejam quais forem, figuras, estátuas, símbolos, vestes, palavras, etc, servem apenas um propósito que é desviarem a nossa atenção do interior para o exterior. E mesmo aquelas que nos orientavam para o interior eram manipuladas para nos poderem controlar até onde podíamos ir. Já darei exemplos. Assim, ao longo dos tempos, vamos perdendo a nossa inocência de criança, a nossa fantasia da vida, a nossa magia de viver, a nossa alegria genuína, e passamos a ser robots, seres adormecidos no embalo do que nos disseram ser errado acreditar (embora sendo verdadeiro para nós). E está tão bem montado este sistema que ambos os lados o alimentam, por um lado temos a questão espiritual “orientada” pelas religiões e por outro a questão material “orientada” pela ciência. Em todas as alturas, ou uma ou outra, nos dizem em que acreditar como verdade fazendo desacreditar a outra, tendo dificuldade em co-existir. E nós, em que ficamos? A qual daremos razão? E se a nossa razão for diferente das duas? O que é a verdade? Quem fala verdade? Quantas verdades existem? Qual devemos viver? Qual devemos ignorar? E se nenhuma me servir? Se nenhuma responder ao que me diz o coração? Se nenhuma me preencher e sem pedir nada de volta, me fizer sentir bem, feliz, livre? Tenho que viver limitado na minha aspiração? Tenho que me conformar com algo que só me deixa viver a 10%? Por quanto tempo serei capaz de viver amarrado, sabendo da nossa pureza mas que nos dizem sermos pecadores, sabendo da nossa origem divina mas que dizem virmos dos macacos? Não admira que nos perdamos a meio do caminho. Mas não significa que não nos encontremos um pouco mais à frente. Dou um exemplo que, embora pareça despropositado se torna interessante: o Pai Natal. Há quem diga, e mais cedo ou mais tarde o dizemos às criancinhas, que o Pai Natal não existe. Mas se eu perguntar a cada um de vocês como é o Pai Natal, me vão responder: “Barrigudo, com barbas brancas, vestido de vermelho, tem renas e faz Oh!oh!oh!”. Então, se não existe, como o podem descrever? Agora dirão que não existe de verdade, só no imaginário de cada um. Certo? Então e Deus? E a vida eterna? E a salvação? E a remoção do pecado? E um lugar no céu? Por que nos continuam a fazer crer que qualquer lugar é melhor que este onde estamos? Quer seja religião quer seja ciência? Resumindo e acreditar no que acabei de dizer e partindo do princípio que existe um Ser, uma consciência criadora e que mantém o universo a funcionar, este Ser ou é muito burro ou sendo perfeito, cometeu um erro perfeito. Fez-nos mais perfeitos do que ele. Porquê? Porque o lugar que nos deu para viver afinal não corresponde às nossas exigências, e que o céu ou outro lugar qualquer é bem melhor do que este, e quanto mais depressa sairmos daqui para melhor vamos (“ir desta para melhor!”). Algo não bate certo aqui. Há uma inconsistência, uma incoerência. Algo está distorcido. E a resposta esteve e está sempre tão perto. Mas não interessa perseguirmos o problema ou perder tempo a arranjar culpados. Interessa a solução. Mas quase sempre nos distraíram para não a vermos ou ouvirmos. Aquela vozinha no interior que nos orienta. Feliz Ano Novo! Feliz Vida Nova! Paz é encontrarmo-nos dentro de nós e irradiarmos esta feliz redescoberta, uma imensa alegria de viver.

A continuar…

M.A.S.

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