quinta-feira, 21 de junho de 2007

Estado de Paz - 31




Obrigado por seres quem és. Não me consigo lembrar de nada que pudesses ser melhor do que a ti próprio(a). Isto é a minha prova inequívoca da perfeição da vida, da sua criação. Não que precise de provas mas é uma manifestação (a diversidade da vida) que me deixa maravilhado. Talvez seja por isso que ainda me seja difícil perceber por que razão anda tanta gente a tentar ser o que não é. Há aqueles que querem ser bons estudantes mas que não o são. Há aqueles que querem ser bons profissionais mas não o são. Há aqueles que querem ser bons seres humanos mas não o são. Há aqueles que querem ser bons mas não o são.
Qual a dificuldade? Onde reside o problema? É que deste ponto em diante é sempre a cair. Degenera-se em frustrações, em invejas, desmotivações, sensação de ser estar perdido, sem rumo, desorientado. Como resolver?
Como bons amigos já me disseram onde está o problema estará a solução, apenas tem que ser olhado de outra forma. Devemos abrir a nossa mente e o nosso coração para que surja a outra forma do problema: a solução.
Então o que temos não são maus estudantes, são pessoas com dificuldade a adaptarem-se aos métodos e conteúdos. Há pessoas preparadas para aprender a ler num ano, outras há que precisavam de dois. Mas os métodos e os programas não têm isso em consideração e ainda assim ser considerado um bom aluno. Chamar-lhe-iam repetente, a menos que passe de ano sem preparação e sem aproveitamento em relação aos conteúdos. Cada ser (aluno) tem que responder dentro de uma pré-formatação, a chamada “chapa 5”, senão não pertence ao clube dos “chapeados” e é relegado para outro nível de acesso às etapas seguintes. Isto é discriminação, e camuflada. Muito há a fazer ainda.
Em relação ao bom profissional. Todos o somos. O que há muito é pessoas a exercer profissões para as quais não têm vocação. E isto de vocação, não é só o jeito, é sobretudo a sensação de pertença e assim de entrega. O trabalhar sem se sentir cansado. O trabalhar sem esperar a compensação de todos os milésimos de segundo, nem a cega corrida contra o tempo à espera do dia da reforma e do merecido descanso. Então e o merecido trabalho? Ou sempre se entendeu o trabalho como obrigatório no sentido de se sentir contrariado para o executar? Não admira o cansaço, a frustração, a insatisfação, que cresce e se estende aos outros aspectos da vida, às relações, com os outros e connosco próprios, as ansiedades, depressões, etc.
Quanto ao querer ser-se bom ser humano, a dificuldade é muita. Maior ainda quando se tenta. No entanto, é quando se desiste de o ser que se começa a sê-lo. Pois ninguém precisa de tentar ser o que já é. Basta assumir.
Quanto ao querer ser-se bom, isso já é outra conversa. Dizia um querido amigo: “Ser bom é fácil, difícil é ser justo”.
De uma forma resumida tento mostrar que seja o que for que pretendamos resolver, ou ser, está envolvida uma decisão e uma acção. Afinal, nós somos o que pensamos, o que dizemos e o que fazemos. E que muitas vezes, a ausência de acção ou de decisão deixa-nos num estado de conflito interior. Ninguém está treinado para ser indeciso nem inactivo. O que fazer então? Qual é o problema? Será que o problema, muitas vezes, não estará em pensar que se tem um problema? Não será muito mais leve e fácil de resolver algo que se veja como experiência e não como problema?
Paz é a capacidade de transformar. Transformar problemas em soluções transformando-se a si.

A continuar…

M.A.S.