sexta-feira, 18 de maio de 2007

Estado de Paz - 29

Obrigado por seres quem és. Hoje venho propor-te uma visão e prática alternativa de vida, de transformação do mundo a partir da tua própria transformação. A prática resume-se a trocar todos os “ses” que irei utilizar por afirmações.
E se nascêssemos todos para a criatividade? Uns para a criatividade teórica outros para a prática, mas todos igualmente aceites e respeitados. E se pela manhã, tarde e noite, tivéssemos desenhos animados que nos mostrassem o que é amar, respeitar, aceitar, a higiene, educação, a cooperação, a diversidade e integração das partes, as espécies, e que há um lugar para tudo em harmonia, em vez de violência de todas as formas, escrita, verbal, de postura, de gestos, de acções, a pressuposta e a evidente? E se enquanto eu vejo os desenhos animados sobre viver em família, comunidade ou humanidade, me alimentasse com alimentos nutritivos e equilibrados, pois se não o fizessem eu saberia pelo exemplo do que estava a ver nos desenhos animados, e o que me poderia acontecer caso continuasse com os hábitos que tenho? E se todos os desenhos animados me mostrassem uma realidade para além da luta entre o bem e o mal, entre o certo e o errado, para além da sobrevivência do mais forte, para além da competição? E se eu pudesse crescer ao meu ritmo, aprender a viver e a perceber a importância das coisas, a ler e a escrever sem termo marcado? E se a minha escola em vez de um local fechado à criatividade fosse aberto sem prazos, sem pressão e stress, sem me impor onde tenho que estar daqui a 12 anos, senão não há lugar para mim num comboio que não pára? E que, se assim, não for, não me safo, e tudo o que encontrar será sempre de segunda? E se a minha escola conseguisse dar-me todas as condições para eu aprender sem necessidade de testes? Quais as funções básicas da vida, e da natureza, que tiveram que passar por testes para serem dadas como aptas? O amor? A respiração? O brilho do sol? As ondas do mar? E se em vez de insistirem para eu ser muito inteligente confiassem em mim e me ajudassem a utilizar essa inteligência ao serviço dos demais? E se depois de um dia fechado na escola, em vez de trabalhos de casa de abrir o livro fizesse trabalhos de abrir o coração? E se em vez de me obrigar a aprender por insistência me ajudassem a aprender por motivação? Cantando, preparando teatros, ginástica, actividades criativas onde posso mostrar quem sou sendo eu próprio? E porque não aproveitar esses momentos levando-os fora, partilhando-os, e tomar essa experiência como uma aprendizagem bónus? E se em vez de ligarem tanto aos erros que dou de gramática, nas cópias e nos ditados me orientassem os erros que dou de pensamentos desequilibrados? E se nos intervalos me ensinassem o jogo dos abraços em vez do jogo do perde-e-ganha? E se toda a gente na escola, em vez de aluno, me vissem como colega? Da mesma forma que eu aprendo através de exemplos, não serei também exemplo para os outros? E se em vez de definirem uns após os outros qual o meu espaço e o que me é permitido fazer e como fazer, onde fazer, quando fazer, me aceitassem como bom aluno que aprendeu através dos seus exemplos e que assim aplicará? … Ou será que é isso mesmo que temem?

A continuar…

M.A.S.

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